Um blog pessoal para compartilhar ideias com amigos e familiares. Todos os posts de autoria exclusiva do autor, e eventuais citações de terceiros com nomes dos respectivos autores e/ou textos destes em destaque. PauloCCSaraceni

INSEGURANÇA AO CRIME!

A ARMA AUTORIZADA AO CIDADÃO DE BEM INVERTE A SENSAÇÃO DE VULNERABILIDADE, DE INSEGURANÇA, QUE DA POTENCIAL VÍTIMA PASSA PARA O AGRESSOR.

Me choca a corrupção, e as armas em abundância nas mãos do crime, que nunca precisa comprá-las legalmente, e o cidadão indefeso se oferece como ovelha ao sacrifício de uma violência institucionalizada, onde o malfeitor além de contar com a negligência do Estado na segurança, tem o seu conluio para vedar ao homem de bem a autodefesa. 

Os Institutos da legítima defesa própria e de terceiros garantidos em Lei, sem o acesso à ferramenta de proteção própria, é um sarcasmo, uma afronta ao cidadão de bem que quer ser a última resistência à violência contra si e sua família.   Aliás, ele tem psicologicamente a sensação de vulnerabilidade permanente de que sempre estará inferiorizado neste confronto, o crime dispensa os meios legais para ofendê-lo de morte, à si e à sua família, e se blinda de qualquer reação justa com a cobertura do ente estatal,  que a nega ao cidadão produtivo. O crime nunca precisou da autorização do Estado, do porte de arma, para subjugar os inocentes, e uma sociedade que protege os lobos, sacrifica as ovelhas - ou as entrega ao desespero tentando a vida e a justa autodefesa com a faca da cozinha, pois os fuzis, metralhadoras, automáticas e até granadas já estão com seus agressores.                                            Eu fui policial na zona de violência mais deflagrada do país, onde o confronto entre a Justiça e o Crime se dá com intensidade de uma guerra permanente*, tráfico de drogas e armas, quadrilhas organizadas internacionais, pistolagem, contrabando, roubo etc e o diagnóstico para mim sempre foi claro: as nossas  Leis são complacentes com criminosos, presos e condenados, como se o Estado quisesse expurgar alguma culpa pela punição aos injustos e violentos. Se esmera em direitos humanos a quem viola os seus semelhantes e seus direitos, e dá as costas aos humanos direitos.

*Comandei Delegacia Regional de Polícia na fronteira seca entre o Brasil, Paraguai e Bolívia com jurisdição sobre um território maior que muitos países, à frente de 7 Delegacias jurisdicionadas, com logística e equipamentos precários. Sei que a possibilidade entre a vida e a morte nestes e em muitos outros lugares, onde é impossível a ubiquidade estatal, é contar com uma arma de defesa, senão à altura do crime (esta concorrência sempre foi desleal em prejuízo da Lei), ao menos com alguma capacidade de resistência.