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AUMENTAR AS PENAS QUE JÁ NÃO SÃO APLICADAS EQUIVALE A AUMENTAR A IMPUNIDADE, APENAS

A explosão de violência havida em São Paulo provocou a mobilização de todos para a solução do problema de segurança do país.
Muitos já se acham tentados em resolver a situação com a chamada "canetada", votando novas leis, a pretexto de endurecer o sistema, quando o problema é estrutural.
Qualquer profissional da área jurídica, ou mesmo da própria segurança, sabe que mais do que a exacerbação virtual da pena é a certeza da punição que intimida o criminoso. Especialmente quando o Estado submete o delinquente a cumpri-la cabalmente, sem desumanidade, mas também sem regalias ou concessões.
Frouxidão legislativa à parte, o que a sociedade necessita é de resposta efetiva e imediata, através do aprimoramento dos aparelhos de segurança, de investimento na estrutura carcerária, e no próprio Poder Judiciário.
O policial, na trincheira da defesa da sociedade, no corpo a corpo com o crime, necessita de qualificação e proteção.
Esta primeira virtude se busca através de rigorosa seleção, treinamento e aperfeiçoamento contínuo, a par de uma permanente atualização dos aparelhos de serviço.
A segunda pela valorização da sua atividade, por meio de salários atraentes e garantias a si e a seus familiares(securitárias e previdenciárias), de forma a atrair os melhores e os efetivamente vocacionados para o processo seletivo, o que constitui mais que um estímulo, mas uma natural imunização da corporação à corrupção.
À par disto, a estrutura carcerária deve responder aos anseios da efetiva política penal, oferecendo os diversos regimes de cumprimento da punição em face da gravidade de cada delito, bem como da periculosidade de cada criminoso, com a efetiva oportunidade de trabalho e ressocialização.
Por fim, todos estes investimentos nada representam se também não forem realizados no Ministério Público e no Poder Judiciário, para que sempre mais fortalecidos e independentes realizem cada vez mais a melhor Justiça Penal, na condição de detentores de maior autoridade e responsabilidade direta pelo sistema.
Ah, antes que eu me esqueça, ajudaria muito se, antes, a impunidade fosse  especialmente defenestrada de todos os círculos de poder, por mais altos e concentrados que sejam.
Seria exemplar.