Eu voltei de um sonho, agora há pouco.
Depois de um sono que se seguiu ao meu vinho semanal, autorizado pelo meu médico.
Eu vivia num país de honestos trabalhadores, que também tinham um partido, o do trabalho, todos empreendedores, sindicalizados no livre mercado, onde bem prosperavam os motores individuais criativos e distantes do guarda-chuvas do Estado, com meritocracia plena, despojados de vaidades, mesmo as intelectuais. Estas são as mais infelizes e incapacitantes, só acometem os idiotas irrecuperáveis, são patologias espirituais — e os idealistas são a maior tribo desta secular enfermidade, junto com os sofistas e os celibatários.
Todos queriam apenas o respeito mútuo, e um futuro comum de oportunidades de uma terra reconhecidamente rica. Onde o esforço de cada um tivesse seu justo prêmio, e sem que se questionasse isto, porque todos estariam preocupados em fazer, construir e trabalhar. Com uma compulsão por realizar, e oferecer aos demais.
Este sempre foi o segredo da felicidade e do sucesso, trabalhar,e fazer desinteressadamente, e a colheita sempre foi certa.
Sem as senhas políticas de um lado ou de outro, apenas a cor humana, que era indefinida no sonho, mas era sem tons partidários, ou de ressentimentos. Era da cor de um sonho dentro do sonho, indescritível. Desculpem, não existem palavras para descrever um sonho deste tamanho e significado.
Só tinha sensação, e era bem definida, a da Liberdade.
Com o governo da iniciativa individual, e com a garantia da aventura pessoal de cada um, e de todos.