O primeiro gol na pelada de rua.
A primeira música dos Beatles.
A primeira Coca Cola.
Beijar a primeira namorada. O primeiro amor. A primeira noite. E o primeiro dia depois da primeira noite. E o primeiro amigo.
O primeiro desafeto, impossível não acontecer nenhum.
O primeiro diploma profissional, quimérico nos primeiros projetos.
O primeiro emprego.
O primeiro ideal desconstruído. O primeiro dinheiro. O primeiro mês sem dinheiro. A primeira dívida.
A primeira noite insone.
A primeira grande dúvida, ou certeza.
O primeiro trem para o desconhecido, de Bauru a Santa Cruz de La Sierra, com escala definitiva em Campo Grande.
A primeira grande chance, e grande aventura. E oportunidade, e desafiadora coragem.
A primeira tragédia. Sim, tragédias também têm as primeiras.
A primeira grande alegria. O primeiro filho. A primeira filha.
A primeira doença, e doenças têm as primeiras. Os primeiros desenganos.
Primeiros grandes enganos, que também têm os primeiros.
A primeira grande despedida, e a dor, a terrível dor do amor, inesquecíveis, não só as primeiras.
A primeira grande festa, e vitória.
E a primeira loucura, quem não as comete? E o primeiro arrependimento, e amadurecimento, que vem nos primeiros, nos limiares dos avançados anos.
A primeira vez é a maior, mais intensa, mais transformadora, mais efetiva e original causa de toda pessoa.