Um blog pessoal para compartilhar ideias com amigos e familiares. Todos os posts de autoria exclusiva do autor, e eventuais citações de terceiros com nomes dos respectivos autores e/ou textos destes em destaque. PauloCCSaraceni

INCÊNDIOS LÁ FORA, QUEIMADAS AQUI

A estiagem sazonal acomete todo o mundo, incêndios rompem na Europa(com muitas mortes em Portugal), na América (Califórnia onde chega às cidades), mas segundo a imprensa só aqui são queimadas. E obra dos produtores. 
Natural que o país que mais preserva e tem mais reservas florestais no mundo, seja a vítima maior. Mas é mentirosa, vil e criminosa a associação dos incêndios com o Agronegócio, grande responsável pela riqueza e salvaguarda econômica do país, especialmente diante da crise produzida pelas medidas em face do vírus Corona. 
O produtor brasileiro faz com a maior competência e o que mais preserva no mundo. E mesmo concorrendo com agricultores realmente protegidos e estimulados em seus países, a maioria com todas as áreas degradadas, exibe um custo e qualidade que oferece o melhor e mais completo produto, com eficiência em sustentabilidade inigualável. 
Mas a guerra de mercado paga a especulação, em forma de falsas notícias, para inviabilizar os países ascendentes. A França, seus agricultores protegidos, e os políticos recolhedores de impostos, temem os produtos brasileiros, por sua qualidade e preço. Mas não são só eles. 
O produtor sabe da importância da sua água, sempre limpa, das suas reservas que garantem uma regular precipitação, da riqueza do seu solo que não pode ser esterilizado queimando seus organismos. A chuva vai chegar, o fogo vai apagar, e o trabalho do agricultor vai continuar trazendo a essencial comida às nossas mesas. 
E não se lembrem dele apenas quando subir o arroz, ele precisa também pagar o combustível, o remédio e a roupa que veste, entre tantos custos.

NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO, COMO ERA VIBRANTE O NOSSO CORAÇÃO

Hoje eu acendi umas lembranças, muitas já arquivadas, depositadas e esquecidas, quase rejeitadas. Um passeio ensaiado para apreciar o footing das lindas meninas da praça, daquele flerte cheirando a jasmim, misturado ao cheiro de pipoca do carrinho ambulante. E as pedras portuguesas do calçamento sustentando minhas pisadas vacilantes, à beira da fonte luminosa, declarando meu amor com um gosto de bala pipper na boca. A lua, eu ainda não a notava, mas ela estava lá e hoje é uma grata personagem destas recordações. Uma testemunha sentimental, que disputava com as estrelas a primazia das mais belas noites da minha adolescência. Nossa Senhora da Conceição, como era vibrante o nosso coração! 

E.T.: O grande pecado destas remotas lembranças são as referências sempre provincianas, pois a saudade é provinciana, e quem nunca viu o footing da Praça Nossa Senhora da Conceição, da luminosa Guararapes,  jamais vai entender.

A PRIMEIRA VEZ

O primeiro gol na pelada de rua. 
A primeira música dos Beatles. A primeira Coca Cola. 
Beijar a primeira namorada. O primeiro amor. A primeira noite. E o primeiro dia depois da primeira noite. E o primeiro amigo. O primeiro desafeto, impossível não acontecer nenhum. 
O primeiro diploma profissional, quimérico nos primeiros projetos. O primeiro emprego. 
O primeiro ideal desconstruído. O primeiro dinheiro. O primeiro mês sem dinheiro. A primeira dívida. 
A primeira noite insone. 
A primeira grande dúvida, ou certeza. 
O primeiro trem para o desconhecido, de Bauru a Santa Cruz de La Sierra, com escala definitiva em Campo Grande. 
A primeira grande chance, e grande aventura. E oportunidade, e desafiadora coragem. 
A primeira tragédia. Sim, tragédias também têm as primeiras. 
A primeira grande alegria. O primeiro filho. A primeira filha. 
A primeira doença, e doenças têm as primeiras. Os primeiros desenganos. 
Primeiros grandes enganos, que também têm os primeiros. 
A primeira grande despedida, e a dor, a terrível dor do amor, inesquecíveis, não só as primeiras. 
A primeira grande festa, e vitória. 
E a primeira loucura, quem não as comete? E o primeiro arrependimento, e amadurecimento, que vem nos primeiros, nos limiares dos avançados anos. 
A primeira vez é a maior, mais intensa, mais transformadora, mais efetiva e original causa de toda pessoa.