Os médicos denunciam com propriedade
aquilo que a população vive nos postos de saúde e hospitais públicos.
O serviço público de saúde interessa
apenas como um número, uma estatística, nos planos da maioria dos governos.
Mas o profissional da saúde sabe bem, como boa parte do cidadão já descobriu, que esse serviço essencial para vida
de todos, não pode ser oferecido como uma resposta exclusiva de demanda
quantitativa, sem o grave compromisso de responsabilidade com a qualidade.
A par da estrutura física adequada,
bem aparelhada, o centro de saúde só cumpre esse mister com a presença do
principal agente rigorosamente capacitado e devidamente selecionado, atraído por condições técnicas seguras e imprescindível valorização profissional.
Apontam estes profissionais que a via demagógica do mero e simplista aumento e proliferação de escolas de
medicina sem os rigores técnicos de seleção, de formação acadêmica e
profissional — muitas delas sequer sem o imprescindível Hospital-Escola —
conspira decisivamente para a precariedade e até a falência do serviço, múnus
estatal de prioritária importância para a cidadania.
Afrouxar as regras acadêmicas,
aumentar o número de vagas em escolas precárias, dissociadas do rigor mínimo
exigido para tão complexa formação, não atenderá a qualidade da prestação médica
à população, e sequer a quantidade de oferta deste fundamental serviço —
porque Medicina de risco, por eleição do volume e não da eficiência, é um
flagelo social, sob patrocínio do ente administrativo estatal.
A ação médica idônea, por sua enorme
complexidade que envolve absoluta aptidão, não se assegura com a contumácia de medidas burocráticas, sequer no país das cotas e bolsas.
Ora, a atestar estas verdades está o
comportamento dos nossos destacados homens públicos, que no acometimento de qualquer
sintoma ou patologia procuram a excelência deste atendimento, que propriamente
não se encontra na rede comum oferecida aos cidadãos mortais — expressão com perfeita literalidade.
Veja o vídeo, até o final, com as
corajosas denúncias nos debates do Núcleo Acadêmico do SIMERS, no Hospital de
Clínicas de Porto Alegre/RS: