Primeira manhã sem teus passos.
Não os escuto mais. Nem no arrastar em que se tornaram no seu lento apagar.
Há a música da sua ausência no ar, toca a minha saudade, plasma imagens do teu rosto, das tuas mãos de tantos gestos.
Eu as vi, as suas mãos, e as toquei, suas mãos, quando já eram frias, como nunca foram.
Doeu em mim senti-las assim pela última vez, resignadas, indiferentes e conformadas.
Enquadrei o teu sereno rosto na película de minha alma, mas me faltaram os teus olhos, que já não se abriam, eles que nunca se fecharam ante o peso do meu olhar, e que foram sempre vigilantes, solícitos, na minha presença.
Mesmo nestes últimos dias, com o pouco brilho das últimas luzes.
Imaginei teu silêncio solitário nessa sua última escura e fria cama. Doeu-me novamente.
Como pode tanta luz se apagar, tanto livro se fechar, tanta música emudecer, tanto vazio invadir nossas vidas com a tua ausência?
Eu me despedi das flores sobre a terra que te abraçou, virei-me, encarei o horizonte e entrei jornada adentro na infinita saudade.
Registro a tristeza da despedida vez que não vejo qualquer graça, otimismo ou sentido nesse triste ato, nesta arrematada dor, nesse epílogo cruel.
Falarei da felicidade da tua história mais adiante, quando a dor, adormecida, permitir. Então prestarei as homenagens, rirei das tuas repetidas piadas, da tua permanente troça com a vida, das tuas intermináveis prosas autobiográficas recitadas à mesa do almoço. Ceia que cultivava em família sempre num alegre e inesquecível ritual.
Agora só sei me despedir. E a tristeza é a certeza desta hora, destes dias.
Virão os anos, e jamais o esquecimento. Antes, o conforto de ter retido em mim as grandes lembranças de uma convivência com alma tão amiga.
Quem sabe possa eu reencontrá-la.
Vou confiar este desejo na conta e na fé de todas as crenças.
Em Deus.
Não os escuto mais. Nem no arrastar em que se tornaram no seu lento apagar.
Há a música da sua ausência no ar, toca a minha saudade, plasma imagens do teu rosto, das tuas mãos de tantos gestos.
Eu as vi, as suas mãos, e as toquei, suas mãos, quando já eram frias, como nunca foram.
Doeu em mim senti-las assim pela última vez, resignadas, indiferentes e conformadas.
Enquadrei o teu sereno rosto na película de minha alma, mas me faltaram os teus olhos, que já não se abriam, eles que nunca se fecharam ante o peso do meu olhar, e que foram sempre vigilantes, solícitos, na minha presença.
Mesmo nestes últimos dias, com o pouco brilho das últimas luzes.
Imaginei teu silêncio solitário nessa sua última escura e fria cama. Doeu-me novamente.
Como pode tanta luz se apagar, tanto livro se fechar, tanta música emudecer, tanto vazio invadir nossas vidas com a tua ausência?
Eu me despedi das flores sobre a terra que te abraçou, virei-me, encarei o horizonte e entrei jornada adentro na infinita saudade.
Registro a tristeza da despedida vez que não vejo qualquer graça, otimismo ou sentido nesse triste ato, nesta arrematada dor, nesse epílogo cruel.
Falarei da felicidade da tua história mais adiante, quando a dor, adormecida, permitir. Então prestarei as homenagens, rirei das tuas repetidas piadas, da tua permanente troça com a vida, das tuas intermináveis prosas autobiográficas recitadas à mesa do almoço. Ceia que cultivava em família sempre num alegre e inesquecível ritual.
Agora só sei me despedir. E a tristeza é a certeza desta hora, destes dias.
Virão os anos, e jamais o esquecimento. Antes, o conforto de ter retido em mim as grandes lembranças de uma convivência com alma tão amiga.
Quem sabe possa eu reencontrá-la.
Vou confiar este desejo na conta e na fé de todas as crenças.
Em Deus.