Um blog pessoal para compartilhar ideias com amigos e familiares. Todos os posts de autoria exclusiva do autor, e eventuais citações de terceiros com nomes dos respectivos autores e/ou textos destes em destaque. PauloCCSaraceni

SEM MEMÓRIA, SEM HISTÓRIA — SEM JUSTIÇA

Gratidão ao senhor, Juiz Sergio Moro.
Mas o senhor errou, ah errou.
Não poderia ter se seduzido pela oportunidade de servir o país. Em acreditar que poderia imprimir sua honestidade, competência e equidade no mundo da política.
Na sua nobre magistratura o Brasil mudou.
Provavelmente o poder estaria nas mãos corrompidas, que se quedaram nos bancos dos réus. Algumas ainda amargam a inédita prisão nesta nossa esbulhada República, em face de seus títulos, poderes e pedigrees, que sempre lhes escudaram a impunidade.
Haveriam muitos candidatos entre estes, talvez o governo deles. No Senado, na Câmara, nos governos estaduais expurgados, então submetidos à maior operação contra a corrupção política, no mundo.
Mas eu não posso deixar de constatar, o senhor errou.
O senhor ajudou o povo a sair da letargia, a voltar a acreditar nas instituições, a parir candidaturas improváveis, sem os grandes partidos, rompendo com os mesmos ocupantes do poder, alimentados na moeda de troca da vil política patrimonialista.
Mas sem qualquer dúvida, o senhor errou.
O senhor errou gravemente ao deixar sua brilhante e heroica carreira, e no impulso da paixão idealista, acreditar que poderia servir amplamente o país, que poderia reproduzir suas magníficas sentenças justas, que são premissas de uma Nova Justiça, dentro da nossa política.
Gratidão.

FIDELIDADE À CIDADANIA

Não tenho e nunca tive político de estimação.
Não mantenho fidelidade a nenhum partido ou político.
Nunca tive, e não tenho filiação político-partidária.
Quem trai os meus anseios de cidadão, e meu sufrágio, é que é infiel.
Assim, não sou eu que devo manter fidelidade às minhas escolhas democráticas, elas são procurações a quem se propôs me representar no conjunto das aspirações comuns nacionais.
A minha fidelidade são aos desempenhos dos meus representantes, e enquanto eles se houverem dentro dos princípios da transparência, honestidade e legalidade, entre outros, contarão com meu efetivo e vigoroso apoio cidadão.
O corrupto, para mim, não tem partido, nome ou sobrenome.
É criminoso, e da pior espécie porque rouba do esforço comum de milhões de cidadãos, e aniquila o futuro de outros milhões.
Aliás, mesmo sendo vencido nas minhas escolhas, jamais fiz ou farei oposição sistemática ao eleito pela vontade popular, desde que sua atuação seja em estrito cumprimento da Lei e do interesse público.
Antes, aplaudo e aplaudirei sempre a competência, a ética e a honestidade de todo mandatário e representante, democraticamente eleito, à revelia de minha escolha pessoal.
Continuo crendo neste governo sem escândalos de desvios de dinheiro público, com quadros técnicos e competentes, com ações dentro do estrito interesse público e longe das barganhas da baixa política patrimonialista, que sempre parasitou o país.
Mas me reservarei sempre a vigilância crítica, responsável, e não abdico da minha cidadania, e até com uma eventual e drástica ruptura do meu apoio, quando este desempenho não se conformar aos compromissos do fiel desempenho desta representação.

PRISÃO NÃO É INSTRUMENTO DE GOVERNO

Foram notórios os abusos em nome do confinamento. 
Governantes agiram como se estivessem acima da Constituição.  
Houve prisões e violência contra trabalhadores. 
A Liberdade, garantia individual constitucional, é inviolável. 
O texto constitucional é literal e expressa um comando especialmente voltado à autoridade, contra o abuso — ninguém será privado  da própria liberdade senão quando em flagrante prática de crime ou por sentença da Justiça.

NÃO SE ACOVARDE. NÃO ABDIQUE DA POLÍTICA DA TUA VIDA

Um amigo agricultor, com sabedoria de produtor, um dia me disse — "A política é como porco no mangueirão, quando se coloca a comida no cocho são os porcos mais ruins, mais famintos e desesperados que atropelam todos para comer."
O povo de bem, o cidadão qualificado na própria atividade e profissão, concentrado em seus ideais de trabalho, não se arroja nesta aventura arrivista e imediata, que se lhe oferece uma sobrevivência sem a competição e mérito profissional, basta a disposição e o tempo livre para se agarrar ao poder, o objetivo é o método. O problema é que todos os demais cidadãos, que produzem e sustentam a economia e as reais virtudes sociais, aplicados em seus trabalhos, acabam reféns deste poder descomprometido com suas causas, e os escraviza no ânimo, na vontade dos que passam a comandar as Leis e as Instituições Democráticas.
Você que detesta a política, justamente porque ela é frequentada por interesses alheios às virtudes da comunidade, está se acovardando na ocupação do próprio futuro, na direção do próprio destino e de seus descendentes, e entregando o poder de decisão a quem reprova e que te rouba o esforço coletivo.
Não basta externar a tua repulsa, o teu asco ou tua indignação.
Evitar o assunto, ou se ausentar da crítica.
Se omitir não é a resposta.
Somos política, das nossas vidas.
Que as conduzamos e não sejamos conduzidos.

UM VÍRUS NÃO PODE ANIQUILAR A CIVILIDADE



PRECAUÇÃO, NÃO PARALISIA.
CAUTELA, NÃO TERROR.
AÇÃO, NÃO COAÇÃO.
PROTEÇÃO, NÃO CONSTRANGIMENTO.
AVISO, NÃO PÂNICO.
INFORMAÇÃO, NÃO DOUTRINAÇÃO.
RECOMENDAÇÃO, NÃO PROIBIÇÃO.
PODER, NÃO ABUSO.