Gratidão ao senhor, Juiz Sergio Moro.
Mas o senhor errou, ah errou.
Não poderia ter se seduzido pela oportunidade de servir o país. Em acreditar que poderia imprimir sua honestidade, competência e equidade no mundo da política.
Na sua nobre magistratura o Brasil mudou.
Provavelmente o poder estaria nas mãos corrompidas, que se quedaram nos bancos dos réus. Algumas ainda amargam a inédita prisão nesta nossa esbulhada República, em face de seus títulos, poderes e pedigrees, que sempre lhes escudaram a impunidade.
Haveriam muitos candidatos entre estes, talvez o governo deles. No Senado, na Câmara, nos governos estaduais expurgados, então submetidos à maior operação contra a corrupção política, no mundo.
Mas eu não posso deixar de constatar, o senhor errou.
O senhor ajudou o povo a sair da letargia, a voltar a acreditar nas instituições, a parir candidaturas improváveis, sem os grandes partidos, rompendo com os mesmos ocupantes do poder, alimentados na moeda de troca da vil política patrimonialista.
Mas sem qualquer dúvida, o senhor errou.
O senhor errou gravemente ao deixar sua brilhante e heroica carreira, e no impulso da paixão idealista, acreditar que poderia servir amplamente o país, que poderia reproduzir suas magníficas sentenças justas, que são premissas de uma Nova Justiça, dentro da nossa política.
Gratidão.