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O JUIZ MORO MERECE, O PAÍS PRECISA E AGRADECE


O Juiz Sérgio Moro aceitou o Ministério da Justiça, a convite do presidente eleito. Há quem se oponha a isto, uns porque acreditam que seria melhor contar com ele na continuidade da Lava Jato, outros, porque creem que sua participação no atual governo mancha a sua neutralidade. A responsabilidade funcional do Juiz é reconhecida por todos, Procuradores, Policiais Federais, seus colegas e por toda a Nação, e se sua decisão foi no sentido de assumir esta grandiosa missão, com certeza sabe não apenas da relevância do seu trabalho já realizado, mas tem a convicção de sua continuidade em mãos de outros magistrados e agentes públicos, e que sua colaboração para o país pode se dar em nível ainda superior, nesta quadra da história da República. Quanto à sua neutralidade, ela já vem sendo questionada por quem tenta fugir de sua pena — sempre efetiva e exemplar no cumprimento da Lei — naqueles argumentos conhecidos da defesa criminal vazia que, em face da robustez da decisão condenatória e não podendo atacar os fatos, ataca as instituições ou até mesmo a vítima. Criminosos que foram investigados por órgãos independentes como a Polícia Federal, pelo Ministério Público, condenados pela jurisdição federal singular, pelo Tribunal de Segunda Instância (unanimemente), com a condenação reforçada no Tribunal Superior e consolidada pela supervisão do Supremo Tribunal Federal, que as mantiveram incólumes. Ao todo, mais de duas dezenas de Magistrados exerceram a Jurisdição nestas condenações, mas convenientemente a única figura atacada é a do notável Juiz, por suas ações emblemáticas, corajosas e quase de vanguarda no combate da endêmica corrupção que sempre infelicitou nossa República. Que ao final desta nobre missão seja convocado para o desafio mais importante, ocupar uma das eventuais vagas na mais alta Corte de Justiça do país, o Supremo Tribunal Federal. Ninguém teria merecido mais que ele.