Palavras,
Verbo que precede a criação e que
também mata.
Quando malditas, intestinas d’alma
pobre e vã.
Então soam funestas, quais sevandijas,
espalhando um rastro virulento.
Não por si, mas pelas bocas infames,
detratam com o sopro do mau hálito do ódio.
Aí com os ignavos
tramam, também com os macanjos.
Pravas palavras.
Palavras, com os sofistas iludem,
E se emprestam em ferramentas de
insidiosas oratórias, das más políticas.
Que as corrompem, quais argilas da mentira. Vituperam.
Mas, espadas da verdade nas francas
tribunas ou tribunais, exoram compreensão, Justiça.
Por nobre clava, da alma lava,
brava.
Palavra, humana lavra para aproximar
os homens.
Benditas, revelam.
Conspiram ideias, luzes e almas,
E fixam o impossível, do infinito rio
do pensamento.
Auguram cores, despejam dores, cantam
amores, cantam, encantam.
E voam com as etéreas asas dos sonhos,
poesiam.
A todos os destinos e quimeras.
Plasmam sentires, despertam,
devolvem o espírito,
Oram.
(...ainda da nossa série, confessadamente pretensiosa, Licenças de Um Atrevido a Poeta do Cotidiano)