Um blog pessoal para compartilhar ideias com amigos e familiares. Todos os posts de autoria exclusiva do autor, e eventuais citações de terceiros com nomes dos respectivos autores e/ou textos destes em destaque. PauloCCSaraceni

MEDICINA EFETIVA


Os médicos denunciam com propriedade aquilo que a população vive nos postos de saúde e hospitais públicos.
O serviço público de saúde interessa apenas como um número, uma estatística, nos planos da maioria dos governos.
Mas o profissional da saúde sabe bem, como boa parte do cidadão já descobriu, que esse serviço essencial para vida de todos, não pode ser oferecido como uma resposta exclusiva de demanda quantitativa, sem o grave compromisso de responsabilidade com a qualidade.
A par da estrutura física adequada, bem aparelhada, o centro de saúde só cumpre esse mister com a presença do principal agente  rigorosamente capacitado e devidamente selecionado, atraído por condições técnicas seguras e imprescindível valorização profissional.
Apontam estes profissionais que a via demagógica do mero e simplista aumento e  proliferação de escolas de medicina sem os rigores técnicos de seleção, de formação acadêmica e profissional — muitas delas sequer sem o imprescindível Hospital-Escola — conspira decisivamente para a precariedade e até a falência do serviço, múnus estatal de prioritária importância para a cidadania.
Afrouxar as regras acadêmicas, aumentar o número de vagas em escolas precárias, dissociadas do rigor mínimo exigido para tão complexa formação, não atenderá a qualidade da prestação médica à população, e sequer a quantidade de oferta deste fundamental serviço — porque Medicina de risco, por eleição do volume e não da eficiência, é um flagelo social, sob patrocínio do ente administrativo estatal.
A ação médica idônea, por sua enorme complexidade que envolve absoluta aptidão, não se assegura com a contumácia de medidas burocráticas, sequer no país das cotas e bolsas.
Ora, a atestar estas verdades está o comportamento dos nossos destacados homens públicos, que no acometimento de qualquer sintoma ou patologia procuram a excelência deste atendimento, que propriamente não se encontra na rede comum oferecida aos cidadãos mortais — expressão com perfeita literalidade.

Veja o vídeo, até o final, com as corajosas denúncias nos debates do Núcleo Acadêmico do SIMERS, no Hospital de Clínicas de Porto Alegre/RS:

INÍCIO DE 2012 COM BOAS RISADAS


Ganhei do meu filho a trilogia Amici Miei (Meus Caros Amigos), e muito embora Nanny Loy tenha dirigido último filme da série, Mario Monicelli, com seu estilo, talento e originalidade, está na gênese desta obra prima, como o diretor responsável por algumas das melhores comédias italianas.
Cinco amigos, senhores de meia idade que se recusam a abandonar as traquinagens adolescentes, vivem de pregar peças, da mais pura picardia, zombando da vida e celebrando a amizade e o hedonismo, sem limites.
Gargalhadas revisitadas desde a década de 70, época do lançamento do primeiro filme da série, que reúne monstros sagrados como Ugo Tognazzi, Philippe Noiret e Adolfo Celi, inolvidáveis.
Monicelli, o mestre da Commedia all’italiana, que até então havia me feito rir como nunca em L’Armata Brancaleone, com o impecável Vittorio Gassman em um dos seus melhores protagonismos, faz a comédia do cotidiano, dos tipos da vida real, com humor sarcástico, às vezes até negro, que pilha as incongruências da alma humana.
Despejou tanta alegria nas telas para se despedir da vida aos 95 anos, com um extremo ato que é um paradoxo com a sua obra.