Se um desejo pudesse voar, e com as garras soberanas pudesse tomar o que quer, mas é uma ave condenada a ficar no chão.
Os desejos são feitos de incompletudes, um tiro na nossa paz, um desafio para a nossa ingratidão — Viver deveria bastar!
Mas a noite sempre vem sem um pedaço dos desejos, e o corpo não quer dormir e quer sonhar.
A noite sempre foi uma fuga do dia, o dia é real demais, é do corpo, a noite é da alma.
Sinto este transe quando tomo meu primeiro drink noturno, na minha quase soturna sacada, e aí vêm os primeiros acordes de um trompete, do meu Spotify, e meu coração sorri.
Então começo crer que tudo é uma felicidade.
E Campo Grande que oferece suas ruas e prédios calados e silenciosos, quase tristes, canta num mar de luzes.