A TRAIÇÃO É A ARMA DO COVARDE
UM CANALHA INEPTO
Não consigo ser canalha.
Tenho desde sempre este defeito.
Não penso em tirar vantagem dos fracos e dos derrotados.
Não consigo enganar e manter um sorriso amistoso no rosto quando não gosto de alguém.
Não sei afirmar uma coisa e fazer outra.
Não tenho aptidão para canalha.
Não tenho meias palavras, não sei dizer meias verdades.
Não sei tirar vantagens da inocência e nem consigo assistir esta manobra.
Eu jamais conseguirei ser canalha.
Não consigo comemorar a derrota de quem se declara meu inimigo, sou indiferente, não canalha.
Não consigo atropelar a fraqueza de ninguém, nem de quem me desafia, desprezo este tipo de vitória.
Não sei rir do choro de quem já me feriu de morte.
Não sou canalha, e não terei jamais este talento.
Não sei vencer pela rendição da adversidade, não encontro mérito e a felicidade nisto.
Não sei me manter calado, seguro e indiferente com a injustiça, mesmo que não alcance meus menores tostões.
Sou um péssimo canalha.
Paulo Cezar Cruz Saraceni, um canalha inepto.