Um blog pessoal para compartilhar ideias com amigos e familiares. Todos os posts de autoria exclusiva do autor, e eventuais citações de terceiros com nomes dos respectivos autores e/ou textos destes em destaque. PauloCCSaraceni

INSUSTENTÁVEL É A FOME

Aos que insistem em jogar pedras em quem produz alimentos no país. E fazem coro com interesses de quem já exauriu as reservas naturais, padecem com baixa produtividade e perdem mercado para os novos fornecedores da sobrevivência, os emergentes.
Aos que desconhecem a dificuldade de produzir com qualidade e quantidade, e desinformados da dedicação e profissionalismo dos que fazem, comprometidos com os seus meios, que são o capital essencial do seu trabalho e produto.
Aos críticos de quem produz carne, grãos, legumes e frutos no país. E creem que a pecuária extensiva, do nosso saudável gado à campo, e que produz a carne mais natural do mundo, não é sustentável. Insustentável é a fome. 
A necessidade pariu culturas, hábitos e em alguma medida, a ética dos povos.
O Japão, força econômica e tecnológica, de nação numerosa e raízes seculares, confinada em um arquipélago limitado, alimentou sempre a genialidade e disposição ao trabalho de seu povo com a proteína vinda dos frutos e peixes do mar abundante. Matam até baleias, para o nosso pesar.
A China, de bilhões de bocas, no pódio das economias mundiais, com uma cozinha heterodoxa e diversificada, busca proteína até nos insetos.
Os países densamente povoados, sem Agricultural Fields, e com a lei natural da produção decrescente da terra, e sujeitos às patologias das criações animais confinadas, processam seus alimentos e estimulam as hortaliças e vegetais de ciclo curto, rápida produção e baixo custo (chamam de sustentável).
Da época em que o homem peregrinava e caçava todos os dias, ou se servia dos frutos selvagens pendentes, até descobrir a germinação das sementes que a sua natureza descartava ao redor de suas cavernas, e que poderia também aprisionar a caça viva excedente, lhe garantindo uma reserva, o salto foi imenso, sobrou-lhe tempo para pensar, fazer novas ferramentas e para o ócio criativo. Afinal, ele tinha o seu pomar e suas galinhas.
O desafio sempre foi produzir à frente da própria necessidade. 
Não culpem quem coloca comida à nossa mesa pelo aquecimento, pelo esfriamento, pelo tamanho dos oceanos, pela camada de ozônio, ou qualquer nova epifania de tragédia ambiental, são eles que nos mantém vivos. 
Ontem, domingo, comi meu churrasco tradicional, saboreando uma das melhores carnes do mundo, como convém a quem reside e vive na capital do pantanal, destes nossos vastos campos produtivos, onde estou há mais de quarenta anos, e onde também colhi minha esposa, filho e filha.

O nome Campo Grande não é fortuito.