Do meu noturno sofá televisivo, sob o inverno artificial Springer — já que nas ruas de Big Field se registravam 31 graus de calor pantaneiro — com a sempre doce companhia da minha perene namorada Vanda, e a habitual e sonolenta solidariedade da nossa pequena lhasa Aisha, vi a festa da "vitória" dos grupos políticos que "ganharam" a câmara e o senado.
As imagens mostraram uma grande euforia, um desabafo em gritos, urras, festival de abraços e aplausos, pela conquista das respectivas presidências das casas legislativas.
Disputaram os cargos a compressiva e esmagachante situação, a débil oposição, e alianças de ocasião, formadas por dinâmicas dissidências, defecções e adesões.
Mas negociaram ideias, proposições para o país?
Mas negociaram ideias, proposições para o país?
Comemoravam a festa democrática pela oportunidade de ocupar cargos estratégicos que lhes permitam a apresentação e tramitação prioritária de projetos, dentro da plataforma política e programa de suas agremiações partidárias, para o bem comum, da Nação?
A festa foi clara pela conquista de poder, um regozijo com a conquista do comando da instituição, para si e para o próprio grupo vitorioso.
Este é o retrato atual da nossa política, que segue de costas para o cidadão brasileiro, e faz da representação uma indústria de poder.
Há que se retomar o país e suas instituições para as causas legitimamente democráticas e republicanas.
Há que se retomar o país e suas instituições para as causas legitimamente democráticas e republicanas.
A Democracia somente se faz a partir do voto, mas é evidente que não basta o seu exercício, apenas.