Importar saúde ou governo?
O título não pretende ser uma mera provocação, é pertinente e revelador.
Já que o governo teria anunciado, segundo noticia a grande imprensa, que para resolver a grave deficiência da saúde pública, pretende importar médicos, especialmente cubanos.
Medida que, se confirmada, seria uma confissão de incompetência, no mínimo.
E os doutores da ilha dos Castro e de outros países chegariam aqui prontos para assumir seus postos, dispensados pelo nosso governo do exame de qualificação profissional que é realizado pelo Conselho Federal de Medicina.
Aqui transcrevo parte do artigo do jornalista Augusto Nunes, que é uma denúncia sobre a temeridade dessa importação:
Também são 6 mil, miou na semana passada o chanceler Antonio Patriota, os médicos cubanos que o governo pretende importar para transformar o Brasil Maravilha num imenso Sírio-Libanês.
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“A qualidade diminuiu e a doutrinação aumentou”. disse a jornalista Yoani Sánchez na entrevista a Branca Nunes publicada no site da Veja. “Hoje, quando um cubano vai a um hospital, leva um presente para o médico. É um acordo informal para que o atendam bem e rápido. Levam também desinfetante, agulha, algodão, linha para as suturas”.
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“A medicina cubana é uma das mais atrasadas do mundo”, constata a repórter Nathalia Watkins na edição de VEJA desta semana. “”A maioria dos seus profissionais se forma sem nunca ter visto um aparelho de ultrassom, sem ouvir falar em stent coronário e sem poder se atualizar pela internet”. Vice-presidente do Conselho Federal de Medicina, Carlos Vital completa o diagnóstico sombrio. “Cuba gradua médicos em escala industrial com formação incompleta”, informa. “Pelos padrões do Brasil, os cubanos não poderiam sequer realizar procedimentos banais como ressuscitação ou traqueostomia”.
O Brasil não precisa importar saúde, temos quadros em número e qualidade que nos colocam entre as nações mais desenvolvidas, no contexto de produção de mão de obra médica com excelência acadêmica, técnica e profissional.
Temos hoje, inclusive, nos grandes centros do país, verdadeiros templos da melhor e mais sofisticada medicina que se pratica no mundo.
Temos hoje, inclusive, nos grandes centros do país, verdadeiros templos da melhor e mais sofisticada medicina que se pratica no mundo.
Lógico que são estruturas erguidas pela iniciativa privada, a peso de muito investimento e controle de qualidade, que oferecem um serviço médico com reconhecimento mundial.
Muitos dos nossos políticos as conhecem de perto, aliás, já se hospedaram por lá, e para onde acorrem no primeiro sinal de qualquer patologia.
Como qualquer serviço de qualidade, só se mantém porque se remunera à altura dos custos que se impõe. Mas não pelo bolso dos políticos, vez que estes possuem as costas largas do dinheiro público para quaisquer emergências.
Esses hospitais de excelência que não foram erguidos para as “excelências”, foram construídos sob o esforço idealista e empreendedor de gente com absoluta aptidão para o serviço médico, muitos mantidos em regime de fundação, com profissionais que fazem da saúde um ministério de vida.
Planos de saúde escorreitos e pontuais, e pessoas que podem e escolheram pagar por qualidade de atendimento e serviço, são os usuários e mantenedores desses oásis médicos.
Não se reclama esse mesmo nível de investimentos nos postos de saúde e hospitais públicos, uma falácia em qualquer economia, bastaria uma gestão séria, efetivamente compromissada com o atendimento básico da população, oferecendo estruturas dignas, com a necessária valorização do profissional médico e instituição da carreira pública, garantia de sua fixação no interior do país.
Temos excepcionais escolas de medicina, formamos por aqui profissionais que se destacam mundialmente em todas as áreas específicas, aliás, com passos de desbravadores e pioneiros na própria ciência — e em número suficiente e crescente.
Falta-nos a gestão, aquela encontrada em muitos países, muitos com economia mais modesta do que a nossa, que já equacionaram os seus serviços públicos de saúde. Falta-nos o governo, eis a questão.
Esta realidade é bem denunciada no depoimento-desabafo do deputado, com formação médica, Luiz Henrique Mandetta, no vídeo abaixo: