As prisões brasileiras guardam 400 bombeiros.
Que viviam de salvar vidas, de prestar o socorro.
De apagar o fogo.
E os incendiários do dinheiro público exibem suas pirotecnias ousadas, impunes.
400 presos, com renda, vil, exclusiva do próprio trabalho.
E a liberdade aviltante de peculadores, sem conta.
Estelionatários, corruptos, malversadores, subornadores e prevaricadores livres.
Que o aulicismo locupleta.
400 vidas, sobrevidas, da sofrida rotina temerária de salvar outras vidas.
Agora arriçadas e pejadas.
Ao mesmo tempo em que se concede alforria ao condenado e fugitivo estrangeiro.
Será mãe, tal pátria?
400 gritos e estamos surdos.
A indignação nos abandonou ou a indolência moral nos acomodou à iniquidade.