Um bom filme e uma boa trilha musical é um casamento de sucesso.
Nino Rota e Fellini, Enio Morricone e Sergio Leone são casamentos perfeitos.
Inimagináveis as imagens de Fellini sem a doce harmonia de Nino Rota.
E os galopes sob o sol desértico, e hostil, de Leone, não seriam os mesmos sem a música pulsante de Morricone.
São imagens que diriam menos sem a música.
O passeio de bicicleta de Redford com a bela Katharine Ross sob Raindrops keep falling on my head, ajudaram a eternizar Butch Cassidy.
Também penso que As time goes by fez muito por Casablanca.A música de Gato Barbieri me emocionou mais que o Último Tango em Paris de Bertolucci.
E o músico japonês Ryuichi Sakamoto foi mais protagonista pela belíssima trilha sonora em Merry Christmas Mr. Lawrence (Furyo, Em Nome da Honra, aqui no Brasil), do que atuando.
A Ponte do Rio Kwai imortalizou uma marcha executada em assovios, por soldados-prisioneiros ingleses, em um campo de concentração japonês da 2ª guerra.
Simon e Garfunkel com Mrs. Robinson foram tão importantes para A Primeira Noite de Um Homem, como a própria performance de Dustin Hoffman.
O detetive Shaft não sería imortalizado sem aquele solo de guitarra distorcido.
Moon River, de Henry Mancini, outra lenda das trilhas sonoras de filmes, se associou à beleza de Audrey Hepburn em Bonequinha de Luxo, obra prima musical.
Porque um bom filme é isto, um registro, mesmo que breve, da emoção mais intensa.
Recentemente um sax solitário e profundo me apresentou à bela e negra fotografia de Ridley Scott em Blade Runner, e uma jovem ficção abriu a guarda dos velhos clássicos, da minha seleção. Vangelis assina a trilha musical.
Um bom filme sempre nos emociona pelo que vemos e ouvimos.Talvez por isso revejo os filmes, para ouvi-los.