O Brasil pagou R$ 157 bilhões (157.000.000.000,00) somente de juros em 2005, e gastou , neste mesmo ano, R$ 7 bilhões com educação e R$ 33 bilhões com a saúde de todo os brasileiros.
Esta revelação desoladora e trágica foi feita pelo respeitável professor titular da USP, Dr. Miguel Srougi, na FÔLHA de 24/02/06, em um indignado desabafo à página C5 daquele reconhecido jornal sob o título "Alguma coisa está errada por aqui" .
Creio que aqui seja importante você fazer uma pausa e reler com muita calma o primeiro parágrafo deste texto novamente para se dar conta da real calamidade que esta denúncia envolve: simples, o país pagou à banca, apenas à título de juros, cerca 400 % do que gastou com o seu povo em saúde e educação, isto é, recursos estes gerados por este mesmo povo na forma de impostos.
Creio que aqui seja importante você fazer uma pausa e reler com muita calma o primeiro parágrafo deste texto novamente para se dar conta da real calamidade que esta denúncia envolve: simples, o país pagou à banca, apenas à título de juros, cerca 400 % do que gastou com o seu povo em saúde e educação, isto é, recursos estes gerados por este mesmo povo na forma de impostos.
A nossa Nação pode prescindir destes recursos volatilizados em juros à revelia da saúde e da educação de seus cidadãos?
Estes recursos perdidos não suprimiram nenhuma sofisticação na rede pública de saúde nem nas escolas públicas, como um tomógrafo novo para um hospital ou um computador de última geração para uma universidade.
Na realidade produziram mortes por falta da mais elementar assistência médica, de leitos hospitalares, de medicamentos, e por desfalcarem as campanhas de combate às endemias que ainda assolam a nossa nação, bem como retardaram a inserção de milhões de brasileiros na própria cidadania ao negar-lhes o acesso primário à educação, vale dizer alfabetização, além de dar continuidade ao sistemático sucateamento das universidades públicas que sobrevivem a cada ano com uma verba que vem lhes retirando a qualidade não somente no ensino como na pesquisa, excelência tão proclamada outrora e fundamental ao desenvolvimento tecnológico do país.
Existe algum projeto de futuro para um país que atrelado a uma prática econômica tão alinhada ao chamado grande mercado globalizado, e que produz universidades públicas sobrevivendo sucateadas e à míngua e hospitais públicos sob ameaça permanente de fechamento por falta de recursos? (na verdade o único mercado globalizado, todos sabemos, é o mercado financeiro onde os juros e/ou lucros não tem pátria)Para romper esta lógica, ou falta dela, resta agir como os grandes países, como os EUA por exemplo o qual muitos de nossos economistas e/ou políticos aplaudem e elegem como modelo econômico liberal por excelência, que investem prioritária e maciçamente nestas áreas.
A propósito, visitei o site da Organização Mundial de Saúde (World Health Organization – www.who.int/en/), e num último levantamento de gastos públicos em saúde em diversos países, ano de 2002, descobri que a maior democracia do planeta investiu em saúde 23,1 % de seus gastos públicos gerais (que é a soma do desembolso público em todos os níveis, federal, estadual e municipal e demais instituições públicas), enquanto o Brasil neste mesmo período investiu 10,1 %.Isto considerando que o PIB americano é quase 20 vezes o nacional e conseqüentemente a receita tributária que compõe os recursos públicos daquele país é estrondosamente maior.
Para se ter uma idéia, no caso brasileiro, a carga tributária é de aproximadamente 35% (ou uma terça parte) do PIB nacional que se aproxima de 700 bilhões de dólares, o que significa dizer que cada ponto percentual de recurso público representa bilhões, não de reais, mas de dólares.
Bem, você pode estar pensando e até se conformando com a nossa situação terceiro-mundista e recusando a comparação com os EUA, pois bem, então vá até lá no site referido da Organização Mundial de Saúde e confira que reunidas as três Américas ocupamos os últimos postos nesta relação de gastos públicos com saúde, atrás da Guatemala (16,6%), do Paraguai (17,5 %), da Colômbia (20,4 %), da Costa Rica (24,4 %), e da maioria dos países do nosso continente americano.